A safra de veteranos da política em Mato Grosso do Sul é forrada de exemplos que servem de estímulo às novas gerações. Alguns saíram da cena principal, como fez o ex-prefeito de Bataguassu, Adonel Elias Barbosa, de 97 anos. Quase centenário, dedica-se à família e aos passeios, mas não deixa de dar atenção quando é procurado para dar orientações sobre a política. Há outros que, esbanjando vitalidade, avançam no tempo procurando seguir fazendo sua parte na vida pública.
Aí estão Akira Otsubo (MDB), 85, ex-deputado estadual e federal, que continua acumulando mandatos, primeiro o de vice-prefeito e atualmente o de prefeito em Bataguassu; Londres Machado (PSDB), 81, um recordista nacional de mandatos (13), em plena atividade, assim como José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (PSDB), 83, já com oito legislaturas estaduais. E é ele que, serena, porém firmemente, coloca seu nome à disposição do partido para concorrer à Prefeitura de Dourados.
SOLIDEZ
Baiano de Guanambi, Zé Teixeira apeou nas terras douradenses no ano de 1962. De sol a sol, na dura lida do agronegócio, iniciando como corretor na venda de gado, construiu uma sólida base empresarial. É hoje um dos mais competentes agropecuaristas de Mato Grosso do Sul e por este atributo faz reconhecida interlocução com os principais empreendedores e lideranças nacionais da economia e da política. Embora bem-sucedido nos negócios do campo, não abre mão do compromisso que assumiu desde seu primeiro mandato: servir à sua gente com um mandato municipalista.
Para dirigentes e interlocutores partidários, classistas e da sociedade civil, o PSDB prestaria maiúscula homenagem a Zé Teixeira com a simples indicação de seu nome para disputar o Executivo douradense. Seria como um prêmio não só da agremiação, mas da própria política, a quem tanto faz por seu engrandecimento.
NOME NA LISTA
Os tucanos têm a dimensão do tamanho de Zé Teixeira na vida pública e encaram com absoluta simpatia sua presença na lista de alternativas para o embate sucessório de 2024 em Dourados. Outros nomes estão na ciranda interna dos tucanos, entre os quais o deputado federal Geraldo Resende e a deputada estadual Lia Nogueira. E ainda há outras opções fora do partido. No PP, o deputado estadual Marçal Filho, ex-tucano, e o vice-governador José Carlos Barbosinha, acariciam a ideia de ter o apoio da cúpula tucana. Marçal já foi convidado por Teixeira para voltar ao PSDB.
Contemplado com votações bem expressivas em todos os pleitos que disputou, Zé Teixeira entende que a experiência e os conhecimentos dão a ele uma condição de inegável consistência para ser candidato. Entretanto, é disciplinado e não atropela o processo de escolha que o PSDB fará quando chegar o momento. Ficha limpa, ruralista e conservador, tem no entanto um trânsito liberado, com credibilidade, para percorrer os diferentes espaços políticos e ideológicos.
Adianta que um governante deve governar para toda a sociedade, não para seu partido ou para quem pensa igual. Sobre a responsabilidade para o trato da coisa pública, ele alinha as suas experiências vitoriosas na iniciativa privada e na política. Foi 1º secretário da Assembleia Legislativa em várias ocasiões e gerenciou as suas atribuições com mãos firmes e criativas, dando ao poder inovações funcionais e administrativas, além da otimização de sua parcela orçamentária em favor da instituição.