As dúvidas sobre o aumento de juros em economias avançadas voltaram a pesar sobre o mercado financeiro. O dólar, que vinha caindo no mês, superou a barreira de R$ 5,20 e encerrou agosto em alta. A bolsa de valores caiu para o menor nível em três semanas, mas conseguiu manter os ganhos no mês.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (31) vendido a R$ 5,202, com alta de R$ 0,088 (+1,73%). A cotação operou o dia inteiro em alta, mas consolidou-se acima de R$ 5,20 na hora final de negociação, até fechar próxima dos níveis máximos da sessão.
A moeda norte-americana está no maior valor desde 4 de agosto, quando tinha fechado a R$ 5,22. Com o desempenho de hoje, a divisa fechou o mês com alta de 0,53% e acumula queda de 6,7% em 2022.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela turbulência. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 109.523 pontos, com recuo de 0,82%. O indicador operou em leve alta durante quase todo o dia, mas caiu no fim da tarde, afetado principalmente por ações de empresas varejistas. Apesar da queda de hoje, a bolsa fechou agosto com alta de 6,16%.
Desde ontem, o mercado financeiro global sofreu uma reversão de expectativas, após a divulgação de que a criação de empregos nos Estados Unidos subiu em julho. O bom desempenho do mercado de trabalho aumenta as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) eleve os juros novamente em 0,75 ponto percentual em setembro.
Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. No mercado interno, a definição da taxa Ptax, usada para calcular o valor do dólar no fim do mês, pressionou o dólar. A Ptax é usada pelo governo para converter em reais as reservas internacionais e as dívidas em moeda estrangeira.