O Ubiratan Esporte Clube completa 75 anos de história neste mês de fevereiro e, por este motivo, trazemos aqui um recorte histórico das principais conquistas do time de futebol que mais deu alegria aos moradores de Dourados.
Por este motivo, nada mais justo do que começar pela conquista do Campeonato Estadual de Mato Grosso do Sul de 1990. O Leão da Fronteira, como também é conhecido o Ubiratan, vinha de um vice-campeonato em 1988 e um honroso terceiro lugar em 1989.
O título de 90 abriu caminho e deu a confiança para que o clube se firmasse, de fato, como grande força do interior no futebol de MS.. Assim, conseguiu ser campeão também em 1998 e invicto em 1990, sob comando do atual presidente Joaquim Soares.
Estadual de 90
O Estadual de 90 teve a participação de 11 clubes, dentre os quais Angivi Futebol Clube (Ivinhema), Clube Atlético Cassilandense (Cassilândia), Clube Comercial (Ponta Porã), Esporte Clube Aquidauana (Aquidauana), Esporte Clube Comercial (Campo Grande), Esporte Clube Sidrolândia (Sidrolândia), Esporte Clube Taveirópolis (Campo Grande), Giannini Esporte Clube (Costa Rica), Operário Futebol Clube (Campo Grande), Sociedade Esportiva Naviraiense (Naviraí) e o próprio Ubiratan.
Na primeira fase, jogaram todos contra todos em turno e returno, e o Leão terminou em terceiro lugar após os seguintes resultados: Ubiratan 2×2 Cassilandense; Taveirópolis 0x4 Ubiratan; Ubiratan 0x1 Naviraiense; Comercial(PP) 2×1 Ubiratan; Ubiratan 0x0 Giannini; Ubiratan 6×0 Angivi; Comercial(CG) 0x0 Ubiratan; Ubiratan 3×2 Aquidauana; Sidrolândia 0x1 Ubiratan; Ubiratan 0x0 Operário; Ubiratan 4×0 Taveirópolis; Naviraiense 1×0 Ubiratan; Ubiratan 2×1 Comercial(PP); Cassilandense 0x1 Ubiratan; Giannini 1×0 Ubiratan; Angivi 2×2 Ubiratan
Ubiratan 0x0 Comercial(CG); Aquidauana 2×1 Ubiratan; Ubiratan 2×1 Sidrolândia; Operário 0x1 Ubiratan.
Classificado, o Ubiratan foi à semifinal para enfrentar o Giannini de Costa Rica. No primeiro jogo, em Dourados, venceu por 1 a 0 com gol de Cocan. No 2º jogo, em Costa Rica o resultado foi de 0x0, que classificou o Ubiratan para disputar a final contra o Naviraiense.
O jornalista Fábio Dorta, uma das referências da crônica esportiva sul-mato-grossense, acompanhou a campanha da equipe Douradense que faria uma final histórica, pois pela primeira vez dois times do interior decidiam o título. Até então, ao menos uma equipe da Capital Campo Grande chegava à final.
“A equipe tinha muitos remanescentes do vice-campeonato de 1988 e foi reforçado com jogadores importantes que eram do CAD, Clube Atlético Douradense, o principal rival da época. O CAD encerrou as atividades em 89 e atletas como Ailton, Fantinha, Amauri e Ferrari foram para o Leão”, lembrou Dorta.
O treinador Mário Lúcio, o Manteiga, comandou a equipe em boa parte da competição, mas na reta final quem assumiu foi o Moacir Amorim, que era ex-jogador do clube e tinha encerrado a carreira de forma precoce por causa de um problema grave no joelho. o presidente era Galaor Marciel Marques e o presidente de honra era Roberto Razuk.
Sobre a semifinal, Dorta lembrou que o Leão não teve vida fácil. “Foi uma classificação difícil nas semifinais contra o Giannini. Em a zero em Dourados, com um gol antológico do atacante Cokan e zero a zero no jogo de volta em Costa Rica, sob forte pressão do adversário e verdadeiros milagres do goleiro marola”, lembrou.
Na final, o Ubiratan sagrou-se campeão após derrotar o representante de Naviraí. No primeiro jogo, em Dourados, a casa venceu por 1 a 0, com gol de Tadeu, o que permitiu erguer o caneco após empate de 0 a 0 no Virotão.
“A decisão foi ainda mais complicada. Um a zero no Douradão com gol do centroavante Tadeu. O segundo jogo ocorreu no estádio Virotão, em Naviraí, e terminou sem gols. Teve de tudo, gol anulado, invasão de campo, alambrado destruído, ameaças de agressão, brigas de torcida, mas no final o título inédito veio para Dourados, com festa e claro, desfile no caminhão do Corpo de Bombeiros pela Marcelino Pires”, relatou.