O presidente da República, Jair Bolsonaro, embarcou na manhã desta quinta-feira (20) para Paramaribo, no Suriname, primeira parada de uma viagem de dois dias que também incluirá a Guiana. Segundo o governo, o objetivo da viagem é aprimorar a parceria comercial e econômica com os dois países vizinhos, principalmente, em relação aos setores de óleo e gás.
“Tem coisa que eu vou tomar conhecimento em voo. A gente vai para Guiana e Suriname, países que descobriram grandes reservas de óleo e gás. [...] Eles têm um grande potencial de óleo e gás, repito. Então, é uma aproximação com os dois países”, afirmou o presidente sobre a viagem na noite desta quarta-feira (19).
Além disso, Bolsonaro afirmou que tratará de temas ligados à agricultura e infraestrutura que interessa aos países.
“Tem uma agricultura ali que, em parte interessa, para gente. De vez em quando o arroz [produzido nos países vizinhos] vai para Roraima – depois que demarcaram a Raposo Terra do Sol, incluindo as áreas de rizicultura, nem sempre Roraima tem autossuficiência para isso. Eles vão fazer pedido para nós também, em questão de infraestrutura”, disse o presidente.
Agenda no Suriname
No Suriname, está prevista a recepção do presidente brasileiro pelo vice-presidente do país, Ronnie Brunswijk, e de outras autoridades locais.
Depois, Bolsonaro encontrará o presidente do Suriname, Chandrikapersad Santokhi, no palácio presidencial do país e participará de uma reunião bilateral privada.
Após o encontro, o presidente surinamês oferecerá um almoço a Bolsonaro. Em seguida, acontecerá uma reunião ampliada de trabalho. Depois, os dois chefes de Estado assinarão uma declaração conjunta do encontro e falarão à imprensa em um salão do palácio presidencial.
À noite, o chefe do executivo do Suriname oferecerá um jantar ao presidente do Brasil.
O Ministério das Relações Exteriores e a Presidência da República ainda não divulgaram os compromissos que Bolsonaro terá nesta sexta-feira (21) na Guiana.
Viagens internacionais em 2022
A viagem por Suriname e Guiana será a primeira de caráter internacional realizada pelo presidente Jair Bolsonaro em 2022 e inaugura uma série de visitas que serão feitas nos meses de janeiro e fevereiro.
Na próxima semana, segundo a embaixada colombiana no Brasil, está prevista a participação de Bolsonaro em um encontro presencial do Fórum para o Progresso e Integração da América do Sul (Prosul) em Cartagena das Índias, na Colômbia.
Em fevereiro, Jair Bolsonaro disse que deve visitar a Rússia. O presidente brasileiro foi convidado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para visitar o país em dezembro de 2021. O encontro acontecerá em um momento de preocupação da comunidade internacional em razão da tensão na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.
Questionado se a visita à Rússia não poderia ser interpretada como apoio do Brasil ao lado russo do impasse internacional pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – organização que o Brasil deseja integrar e que tem como membros Estados Unidos, França, Reino Unido – Bolsonaro afirmou que não.
"Não, não. O Itamaraty vê essa questão aí. A gente não está saindo do Brasil para criar problemas, animosidades. Sabemos do problema com a Rússia. Sabemos disso aí, tá? A Rússia é um parceiro nosso. Temos compras de fertilizante, por exemplo, potássio, entre outras coisas. Então, é uma viagem que interessa para nós e para eles. O convite veio deles, e se nós aceitamos é porque temos interesse. Se eles convidaram, é porque tem um interesse também" afirmou Bolsonaro.
Após a visita ao território russo, o presidente afirmou que deverá visitar a Hungria e a Polônia. Os países europeus são liderados por políticos de extrema-direita – Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, e Andrzej Duda, presidente da Polônia.