As evidências sugerem um pequeno declínio na eficácia das vacinas contra casos graves e morte por Covid-19 e um declínio na prevenção de doenças leves ou infecções, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (14).
"O surgimento da Ômicron levou alguns países a implantar programas de reforço da Covid-19 para toda a sua população adulta, mesmo quando nos faltam evidências da eficácia dos programas de reforço contra esta variante", disse também o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva online.
O diretor-geral da OMS teme que a busca por doses de reforço faça com que os países ricos armazenem mais vacinas e que isso aumente a desigualdade perante os países que ainda aguardam os imunizantes.
"A OMS está preocupada que tais programas repitam o armazenamento de vacinas da Covid-19 que vimos este ano, e exacerbem a desigualdade. É claro que à medida que avançamos o reforço pode desempenhar um papel importante, especialmente para aqueles com maior risco de morte por doença grave", acrescentou.
Ômicron é mais transmissível
A OMS também revelou que nenhuma outra variante da covid-19 se propagou até agora com tanta rapidez quanto a ômicron.
"Atualmente 77 países notificaram casos da ômicron, mas a realidade é que provavelmente a ômicron esteja na maioria dos países, embora ainda não tenham detectado. A ômicron está se propagando a um ritmo que não vimos com nenhuma outra variante", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva.
A variante B.1.1529 - a ômicron - foi reportada à OMS pela primeira vez em 24 de novembro de 2021, pela África do Sul. A situação epidemiológica no país tem sido caracterizada por três picos de casos notificados, sendo que o último era com a variante delta.
Ela é considerada de preocupação pois tem 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína "spike" (a "chave" que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).