A repercussão nacional de ataque de cão a uma criança indígena da Aldeia Panambizinho, em Dourados, na segunda-feira (08), levou entidade indígena a distribuir nota de retratação à imprensa.
Ocorre, que o Parlamento Indígena do Brasil (Parlaíndio) difundiu informações de o ataque teria sido provocado por um fazendeiro, mas depois surgiu outra informação de que, na verdade, se trataria de um ataque fortuito do animal.
Leia na íntegra o documento:
O Parlamento Indígena do Brasil (Parlaíndio) vem se retratar a respeito das publicações, ontem (08), em suas redes. Após fonte confiável nos relatar o ataque a uma criança indígena por um pitbull, que teria sido solto por um fazendeiro, publicamos a história. No entanto, após, o surgimento, hoje, de uma outra versão, o Parlaíndio optou por retirar imediatamente todas as comunicações sobre o ocorrido até que o fato seja completamente esclarecido.
Lamentamos o episódio e seguimos buscando a apuração das informações sobre o que de fato aconteceu. Em momento algum, a intenção do Parlaíndio foi a de disseminar fake news e é exatamente por esse motivo que estamos dando um passo atrás, reforçando nosso compromisso com a verdade e transparência dos fatos.
Reforçamos aqui a relevância da luta pelas vidas indígenas, que passam por um momento delicado, de tensão e em meio a um sem número de conflitos. Em outubro, o CIMI divulgou o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2020 (https://cimi.org.br/2021/10/relatorioviolencia2020/).
O documento retrata um ano sofrido para os povos indígenas que, para além da crise sanitária, se viram intensamente perseguidos por garimpeiros, grileiros, madeireiros e demais invasores. Dados como o assassinato de 182 indígenas (61% a mais do que em 2019) e 304 casos de violência praticadas contra a pessoa indígena dão a dimensão do que os povos originários têm passado.