BRASÍLIA — A CPI da Covid está investigando uma empresa de logística que ampliou a sua fatia no orçamento do Ministério da Saúde durante os dois anos em que o atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), comandou a pasta. No período, a VTC Operadora de Logística, responsável pelo transporte de insumos, faturou R$ 258 milhões, dos quais 98% foram por meio de contratações com dispensa de licitação. O valor representa 70% a mais do que ela ganhou prestando serviços ao ministério nos sete anos anteriores.
De acordo com o Portal da Transparência, a VTC começou a fechar negócios com o Ministério da Saúde em 2009. Daquele ano até 2015, a empresa angariou R$ 152 milhões em contratos com a pasta, todos conquistados por pregão eletrônico, o que representa uma média de R$ 21 milhões por ano.
O cenário mudou a partir de 2016, quando Ricardo Barros assumiu o ministério, logo após o afastamento da então presidente Dilma Rousseff (PT). Na sua gestão, a pasta fechou sete contratos com a VTC, num total de R$ 258 milhões — R$ 34 milhões em 2016 e R$ 223,5 milhões no ano seguinte.