A chamada ‘cracolândia’ em Dourados se tornou um problema social e de segurança pública. Conforme já mostrado pelo Dourados News (confira aqui), usuários de drogas se concentram principalmente no canteiro central na rua Camilo Hermelindo da Silva, entre a avenida Joaquim Teixeira Alves e a rua Antônio Emílio de Figueiredo.
O local, próximo ao Terminal do Transbordo, se tornou um ponto problemático nos últimos meses na região central da cidade, trazendo transtornos para comerciantes, moradores, motoristas e pedestres que passam pelo local.
Na manhã desta quinta-feira (4), durante evento realizado na sede da prefeitura de Dourados, a reportagem do Dourados News falou com a secretária municipal de assistência social, Elizete Ferreira Gomes de Souza. Segundo a secretária, é de conhecimento da administração pública o problema envolvendo a já conhecida ‘cracolândia’ e também o crescimento da população em situação de rua.
“Sim, esse é um problema geral do município e não somente naquele ponto que temos no centro, como em outros também. Não tenho um número exato sobre o tamanho da população de rua, mas é muito grande e tem aumentado muito. É um problema social grande e principalmente de segurança pública”.
Atualmente, conforme a secretária, são quatro servidores da assistência social que trabalham em dupla, dois no período da manhã e doía à tarde, no trabalho de abordagens. Elizete admitiu que essa equipe é insuficiente para alcançar o tamanho da população de rua atual em Dourados.
“Pelo tanto de demanda que temos no município não é suficiente. Mas, também não é obrigatório ter. Antes era a Casa da Acolhida que fazia sozinha essa abordagem e agora tem essa equipe para complementar”.
A secretária justificou que o alcance das políticas da assistência social é difícil não somente por esse motivo, mas também pelo fato de que nenhum tipo de atendimento pode ser feito de forma compulsória, ou seja, tudo depende da vontade individual dessas pessoas. E quando envolve usuários de drogas, a situação se complica ainda mais.
“A nossa secretaria não é ligada a tratamento, o serviço é apenas de abordagem, conforme recebemos denúncias e ligações. Mas ninguém é nunca obrigado a nada e são assistidos e orientados somente se sentirem vontade. A gente vê como um empecilho para resolver o problema, infelizmente. Não cabe a gente essa competência e atribuição de trazer a pessoa forçada. Então infelizmente acabamos trabalhando enxugando gelo. Todas as políticas públicas têm onde começam e até onde vai a nossa competência. Às vezes conseguimos dar andamento somente a uma e aí emperra a solução”.
DIFICULDADES
Atualmente a abordagem a população em situação de rua de Dourados é feita pela secretaria de assistência social que encaminha quem voluntariamente aceita atendimento para o chamado Centro POP, que é o Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua. O Centro fica localizado na Rua Monte Alegre, nº 1673, na Vila Progresso. O telefone para denúncias ou informações é o (67) 3426-1301.
No Centro, as pessoas recebem acompanhamento e direcionamento de assistentes sociais e psicólogos. Caso queiram, são encaminhadas para o abrigo provisório da Casa da Acolhida, que é uma casa de passagem com estrutura para que possam dormir, comer e tomar banho. Lá, há um trabalho de tentativa de rastreamento da assistência social para localizar a família desses moradores de rua, que ficam na Casa temporariamente.
Com relação a usuários de drogas, também somente se for voluntariamente, essas pessoas são encaminhadas para a secretaria municipal de saúde para tratamento no CAPS AD (Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas). Lá não há internação, somente acompanhamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Já a detenção ou prisão somente acontecem mediante flagrante de crime ou cumprimento de mandados de prisão em aberto, por meio de abordagens da Guarda Municipal ou da Polícia Militar.
Fonte: https://www.douradosnews.com.br/dourados/assistencia-social-admite-dificuldades-para-solucionar-problema-da/1149588/