Apenas a vitória interessava ao Palmeiras nesta quarta-feira para manter vivo o sonho do tricampeonato brasileiro. O desanimo alviverde fazia um par perfeito com as arquibancadas vazias do Mineirão que acompanharam uma partida apática, com protagonismo do goleiro Cássio. Mas, no apagar das luzes, o garoto Estêvão marcou um belíssimo gol de falta, carimbando a virada alviverde por 2 a 1 e mantendo a disputa aberta restando uma rodada.
Nem mesmo os alto-falantes que ecoaram gritos da torcida celeste no estádio foram capazes de trazer para o duelo o clima esperado de um jogo de tal dimensão.
A partida deixou marcas bem claras sobre os problemas do Palmeiras. O time optou por não contratar um substituto à altura de Endrick no meio da temporada e pagou o preço por tal decisão. A equipe é capaz de criar boas chances, mas as finalizações assombram os torcedores alviverdes. Nem mesmo a ótima atuação dos goleiros adversários atenua a falta de precisão nos chutes. Na última rodada, os comandados de Abel Ferreira medem forças com o Fluminense e ainda podem faturar o título caso o Botafogo perca para o São Paulo.
Abel optou por fazer mudanças importantes no time titular. O treinador sacou o atacante Rony e os laterais Mayke e Caio Paulista e deu oportunidades a Flaco López, Giay e Vanderlan. O time alviverde iniciou o duelo com mais volume de jogo e buscando o ataque a todo momento. Aos poucos, os donos da casa equilibraram as ações nos primeiros 20 minutos e passaram a ser perigosos. Cássio, porém, teve de fazer belas defesas para impedir que Felipe Anderson colocasse os palmeirenses em vantagem.
Cássio foi o grande protagonista do primeiro tempo. O goleiro cruzeirense enfileirou defesas cruciais para deixar o placar zerado. O time celeste tinha grandes dificuldades para chegar ao ataque, enquanto o Palmeiras retomou as rédeas do duelo. No entanto, os visitantes não encontravam formas para balançar a rede.
No fim da etapa inaugural, os palmeirenses reclamaram de um pênalti sobre López. O argentino recebeu um empurrão nas costas dentro da grande área, mas a arbitragem mandou o jogo seguir. A atuação alviverde foi bastante superior à do Cruzeiro, mas a eficácia voltou a ser o calcanhar de Aquiles dos comandados de Abel sem desabonar a grande participação do goleiro celeste.
O Palmeiras retornou para a etapa complementar com uma postura displicente. O time deixou a vontade de ganhar no vestiário e abdicou de disputar a posse de bola. Não demorou para o Cruzeiro notar o semblante abatido do rival para aproveitar um erro cometido por Moreno numa construção ofensiva e armar um contragolpe fatal. Matheus Pereira recebeu passe na medida de Marlon e tocou de primeira, sem defesas para Weverton, aos sete minutos.
Com o placar adverso, Abel fez três substituições. O português tirou Giay, Moreno e Felipe Anderson e colocou Mayke, Menino e Mauricio. A alteração surtiu efeito. O Palmeiras foi ao ataque em lance protagonizado por Richard Ríos e, em sua primeira oportunidade, Mauricio acertou um chute na entrada da área e igualou o marcador, aos 15.
O Palmeiras continuou melhor na partida. Alguns bons momentos foram produzidos pelo ataque. A finalização, porém, persistia como o maior problema. Estêvão desperdiçou um gol que um jogador do seu calibre não deve perder. O potencial do garoto, ainda assim, é inesgotável. Aos 44 minutos, ele tomou a responsabilidade para si, cobrou falta com precisão e virou o jogo para o time alviverde.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 1 x 2 PALMEIRAS
CRUZEIRO – Cássio; William, João Marcelo, Zé Ivaldo e Marlon; Lucas Silva e Ramiro; Japa (Peralta), Matheus Pereira (Vitinho) e Gabriel Verón (Kenji); Lautaro Díaz (Tevis). Técnico: Fernando Diniz.
PALMEIRAS – Weverton; Giay (Mayke), Vitor Reis, Murilo e Vanderlan (Caio Paulista); Aníbal Moreno (Gabriel Menino), Richard Rios e Raphael Veiga (Lázaro); Estêvão, Flaco López e Felipe Anderson (Mauricio). Técnico: Abel Ferreira.
GOLS – Matheus Pereira, aos 7, Mauricio aos 15, Estêvão aos 44 minutos do 2º tempo.
CARTÕES AMARELOS – Vitor Reis, Marlon, Anderson e Zé Ivaldo.
ÁRBITRO – Anderson Daronco (Fifa-RS).
PÚBLICO E RENDA – Portões fechados.
LOCAL – Mineirão, em Belo Horizonte.