Mato Grosso do Sul registra uma média de mais de 200 óbitos anuais por câncer de próstata, de acordo com dados dos últimos cinco anos da Secretaria Estadual de Saúde. Entre 2019 e 2023, foram totalizadas 1.097 mortes. Já em 2024, dados parciais até julho confirmam 173 óbitos pela doença.
A realidade alarmante reforça a importância do Novembro Azul, campanha nacional voltada à conscientização sobre a saúde masculina e prevenção dessa doença que cresce silenciosamente entre os homens. Em 2024, até julho, já foram contabilizados 270 novos casos no estado, mantendo a tendência de alta.
Segundo o urologista Dr. Eduardo Jerônimo, de Dourados, a resistência dos homens aos exames de rotina é um dos principais fatores que dificultam o diagnóstico precoce, essencial para aumentar as chances de cura.
“Muitos homens ainda evitam o exame de toque por preconceito ou medo. Esse tipo de comportamento coloca a vida em risco, pois o câncer de próstata, em estágio inicial, geralmente não apresenta sintomas evidentes,” explica o médico.
O câncer de próstata afeta principalmente homens a partir dos 60 anos, sendo mais frequente nas faixas de 65 a 74 anos e acima dos 75. Para o Dr. Eduardo, essa característica da doença torna os exames de PSA e toque retal indispensáveis a partir dos 50 anos, ou 45 para aqueles com histórico familiar.
“Precisamos romper o tabu e priorizar a saúde. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura superam os 90%,” enfatiza.
Além dos óbitos, o número de casos confirmados é outro sinal de alerta. Desde 2019, o estado notificou 3.450 diagnósticos de câncer de próstata, uma média de cerca de 700 casos anuais. O especialista considera que os dados revelam o impacto da doença na saúde masculina, nas famílias e no serviço público de saúde.
A campanha do Novembro Azul busca informar a população masculina e reduzir as barreiras que dificultam o diagnóstico e tratamento precoce. “É um momento de reflexão e conscientização. Precisamos entender que o câncer de próstata é o segundo que mais mata homens no Brasil, e em Mato Grosso do Sul não é diferente. A prevenção deve ser prioridade,” afirma Dr. Eduardo.