“Está em crise, chama o Chile”, exclamou diversas vezes Galvão Bueno em suas narrações. O famoso bordão cunhado pelo narrador pode servir de motivação para o Brasil, que enfrenta justamente a seleção chilena nesta quinta-feira, às 21h (horário de Brasília). Cobrado, Dorival Júnior espera que o resultado da partida em Santiago, válida pela nona rodada das Eliminatórias, aplaque a crise do time nacional, que tem feito péssimas apresentações. Ele terá poucas estrelas em campo e algumas apostas, como Abner e Igor Jesus.
Galvão se habitou a repetir o bordão por causa da freguesia histórica do Chile, que venceu o Brasil apenas oito vezes em 75 partidas. São 53 vitórias da seleção brasileira, além de 14 empates. Alguns desses triunfos foram em momentos de instabilidade da equipe nacional, inclusive em Copa do Mundo.
A competição em questão agora não é a Copa, mas as Eliminatórias. O momento é tão ruim que a seleção pode terminar a rodada fora da zona de classificação ao Mundial de 2026. São apenas 10 pontos e somente três vitórias em oito jogos que deixam o time no quinto posto, o que, claro, preocupa Dorival, que se empenha mais, no momento, em conquistar resultados para se manter no cargo. Isso feito, mudam-se as prioridades.
“O brasileiro nunca aceita que a seleção passe por um momento como esse. Mas precisamos viver momentos como esse para termos resiliência. É bom? Não, é horrível”, reconheceu o treinador. “Não gostaria de viver isso, mas não é uma situação nova e precisamos que todos entendam o que está se passando com a seleção para, na frente, a gente comemorar juntos.”
Em teoria, o Chile, treinado pelo argentino Ricardo Gareca, é o adversário ideal para a seleção também porque tem a segunda pior campanha do torneio classificatório. Venceu um jogo somente e tem cinco pontos, dois a mais que o Peru, o lanterna e próximo adversário do Brasil. “Não pensem que serão jogos fáceis porque eles estão embaixo da classificatória”, advertiu o treinador.
Dorival preteriu Endrick e escolheu Igor Jesus para comandar o ataque porque gosta mais das características do atacante do Botafogo, semelhantes às de Pedro, centroavante que se lesionou durante treinamentos com a seleção brasileira em setembro e perdeu o restante da temporada.
“Nunca abrimos mão da ideia de ter um atacante de ofício que não seja um atacante que saísse da área. É a característica do Igor e era a do Pedro. Eles saem no momento adequado e estão presentes no momento de finalizar”, afirmou o treinador, segundo o qual a experiência e a fase especial de Igor Jesus foram fundamentais para ele ganhar a concorrência no ataque.
“O momento do Igor é muito interessante. O Endrick ainda naturalmente vem buscando conhecer o seu clube, tem uma concorrência muito grande e tem dado seu recado. Tudo é questão de também cada um encontrar seu momento na equipe”, argumentou o técnico.
O esquema será ofensivo. Lucas Paquetá foi recuado e será o segundo volante ao lado de André. Raphinha, assim, fica responsável pela armação das jogadas. Nas pontas jogam Savinho e Rodrygo, este que ocupa o lugar de Vini Jr, machucado, na esquerda. Abner será o lateral-esquerdo titular.
CHILE – Brayan Cortés; Hormazábal, Guilherme Maripán, Zaldivia e Galdames; Loyola e Echeverría; Victor Dávila, Diego Valdés e Darío Osorio; Eduardo Vargas. Técnico: Ricardo Gareca.
BRASIL – Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; André e Lucas Paquetá; Savinho, Raphinha, Rodrygo e Igor Jesus. Técnico: Dorival Júnior.
ÁRBITRO – Dario Herrera (Argentina).
HORÁRIO – 21h (de Brasília).
LOCAL – Estádio Nacional de Santiago, no Chile.