Neste sábado, 10, Brasil e Estados Unidos medem força na disputa pela medalha de ouro no futebol feminino. Depois de vencer a Espanha com autoridade nas semifinais, a seleção brasileira chega à final com moral. Entretanto, terá um grande tabu pela frente, já que o retrospecto entre as seleções nas principais competições é favorável para as norte-americanas.
O futebol feminino passou a ser disputado nas Olimpíadas em 1996, justamente em Atlanta, Estados Unidos. Dessa forma, essa é apenas a 8ª vez que a modalidade participa da competição. Durante esses pouco mais de 20 anos, Brasil e Estados Unidos se enfrentaram em 4 oportunidades em Olimpíadas, com 100% de aproveitamento das norte-americanas.
Marta, principal nome da história do futebol brasileiro feminino, esteve presente na grande maioria das derrotas diante dos Estados Unidos em Olimpíadas. As mais dolorosas, as finais vencidas pelas norte-americanas em Atenas 2004 e Pequim 2008. Dessa maneira, a Rainha tem sua última oportunidade de finalmente sair vitoriosa nesse confronto, mesmo com a duvida vindo do banco de reservas. Confira os confrontos entre as seleções nas Olimpíadas:
As seleções também se enfrentaram em 4 oportunidades na Copa do Mundo de Futebol Feminino, principal evento esportivo do esporte. Neste torneio, a seleção brasileira conseguiu sua única vitória na história diante dos Estados Unidos nas principais competições internacionais, com uma goleada por 4 a 0 em 2007. Entretanto, os Estados Unidos também tem mais vitórias:
Com um retrospecto amplamente desfavorável, e um tabu a ser batido em Jogos Olímpicos, a tendencia natural seria de mais uma vitória dos norte-americanos, conquistando o ouro e o Brasil a prata. Entretanto, o cenário apresentado durante a Olimpíada dão esperanças para o torcedor brasileiro.
Os Estados Unidos chega para a final com uma campanha perfeita, 100% de aproveitamento. Na semifinal, bateu a medalhista de bronze Alemanha, por 1 a 0. Apesar de uma ótima campanha na Olimpíada de Paris 2024, as últimas apresentações da seleção norte-americana em torneios importantes foi abaixo do esperado.
Nas últimas duas Olimpíadas, as maiores campeãs do torneio (4 títulos) fizeram suas piores campanhas. Na Rio 2016, os EUA ficaram fora do pódio pela primeira vez na história. Já em Tóquio 2020 acabaram ficando com o bronze. Essas foram as duas únicas vezes em que a seleção norte-americana não chegou na final do torneio.
Na última Copa do Mundo, realizada em 2023, os Estados Unidos decepcionaram, sendo eliminados nas oitavas de final, uma das piores campanhas da seleção. Dessa forma, a seleção norte-americana chegou para Paris 2024 pressionada por uma apresentação melhor, e vem fazendo, mas já não são tão dominantes como eram na década passada.
O Brasil, por sua vez, também não vivia um grande momento. Eliminado na fase de grupos da última Copa do Mundo e caindo nas quartas de finais na última Olimpíada, a seleção chegou desacreditada para os Jogos de Paris 2024.
A fase de grupos foi conturbada, com classificação apenas como um dos melhores terceiros. Nas quartas de final, diante da França, a grande maioria apostava em vitória “tranquila” das donas da casa. Entretanto, foi nesse jogo em que o Brasil virou a chave.
Com uma defesa sólida, marcando pressão e sendo efetiva no ataque, a Seleção fez ótimo jogo diante das francesas e venceu por 1 a 0.
Já nas semifinais o desafio era ainda mais difícil. O Brasil enfrentou a Espanha, numero 1 do ranking mundial e atual campeã da Copa do Mundo. Porém, a seleção brasileira mostrou que vem para brigar pelo título, fazendo jogo perfeito e “massacrando” as espanholas, vencendo por 4 x 2 e com inúmeras chances claras desperdiçadas.
Um dos fatores que pode desequilibrar a favor do Brasil é o técnico Arthur Elias. Multicampeão pelo Corinthians, o treinador mostrou, durante a competição, seu poder de remodelar o estilo de jogo da seleção.
Durante a fase de grupos o Brasil apresentou muito pouco, com dificuldades em criar boas jogadas e s mantendo recuado. Entretanto, Arthur Elias apostou em um novo modelo de jogo na fase mata-mata, com pressão alta sobre as adversárias, buscando roubar a bola ainda no campo de ataque. O modelo funcionou, principalmente diante da Espanha, quando o Brasil marcou dois gols por conta dessa pressão.
A maior jogadora de todos os tempos deve fazer sua despedida após a final. Apesar de já não viver o melhor momento, a Brasileira é um dos símbolos da seleção.
A Rainha esteve presente nas duas vezes em que o Brasil conquistou a prata e em ambas foi derrotado para os Estados Unidos. Dessa maneira, essa será a última chance de Marta conquistar o ouro e se “vingar” das adversárias. As jogadoras brasileiras, que certamente foram influenciadas durante toda a carreira pela grande história da Rainha, devem correr em dobro para dar esse “presente” para ela.