Promovido pela Prefeitura de Dourados, o projeto oferece aulas para produção de cerâmicas utilitárias e decorativas inspiradas nos animais da fauna do Mato Grosso do Sul
Com o objetivo de promover a arte da cerâmica e fortalecer a geração de renda nas comunidades indígenas, o projeto “Casa do Pote – Edição Povos Originários Fauna do MS” está acontecendo nos meses de junho e julho, para moradores das aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados.
O projeto oferece aulas de cerâmica utilitária e decorativa inspiradas nos animais da fauna do Mato Grosso do Sul. Utilizando técnicas básicas que garantem durabilidade e um acabamento comercial às peças, o projeto busca capacitar 20 pessoas, entre adultos e crianças, ao longo de dois meses de oficinas.
Inspirado pelo renomado Mestre Cilso Tiburcio, reconhecido em todo o Brasil por sua habilidade única com cerâmicas consideradas impossíveis de trabalhar, o projeto traz como instrutores os mestres ceramistas Evelym Ellen Pereira Tiburcio, Matheus Barbosa Ferreira e Valdecir de Figueiredo Bica. Todos aprenderam a arte cerâmica com o Mestre Cilso, em anos de experiência dentro de seu ateliê.
Promovida pela Prefeitura de Dourados, por meio do Fundo de Investimentos à Produção Artística e Cultural (FIP), a oficina acontece no Centro de Formação Antônio Tonani, administrado pela congregação religiosa Missionárias da Consolata, que oferece diversas outras oficinas culturais para crianças e adultos.
Nas aulas, os alunos aprendem técnicas variadas para criar esculturas de animais inspirados na fauna do MS, como onças, capivaras, jacarés, sucuris, tuiuiús e araras. Essas peças representam a identidade local e a rica biodiversidade do MS e do Pantanal, e têm venda garantida em festivais, feiras e lojas, sendo altamente apreciadas pelos consumidores.
Além de proporcionar uma formação profissional para artesãos e Mestres Oleiros nas reservas indígenas, o projeto conta com a parceria do SENAC Dourados, que oferecerá palestras sobre gestão de pequenos negócios. Essa iniciativa visa não só a profissionalização dos artesãos, mas também o estímulo ao empreendedorismo na área da Economia Criativa.
O SENAC também vai promover uma ação de saúde e beleza com os participantes da oficina e seus familiares.
O ambiente das oficinas busca promover a troca de conhecimentos e o fortalecimento dos laços comunitários. A prática do artesanato, além de ser terapêutica, contribui significativamente para a saúde mental e a socialização dos participantes.
Um dos pilares do projeto é a democratização do acesso ao conhecimento, especialmente para populações economicamente vulneráveis, proporcionando oportunidades de trabalho inclusivas.
“ALÉM DESSES BENEFÍCIOS, RECONHECEMOS A IMPORTÂNCIA DA REUNIÃO DOS POVOS ORIGINÁRIOS PARA A TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS DA HISTÓRIA ORAL. MUITAS ETNIAS CARECEM DE ESPAÇOS ADEQUADOS PARA PASSAR ESSES CONHECIMENTOS, ESPECIALMENTE COM A ROTINA DE TRABALHO FORA DAS RESERVAS. NOSSO PROJETO, PORTANTO, VISA PROPORCIONAR UM AMBIENTE ONDE ESSA RICA TRADIÇÃO POSSA SER MANTIDA E FORTALECIDA”, AVALIA A PRODUTORA CULTURAL RESPONSÁVEL PELO PROJETO, MAIRA PINHO.
De acordo com a produtora cultural, o projeto “Casa do Pote – Edição Povos Originários e Cerâmica Criativa” é mais do que uma série de oficinas; é uma ponte para a construção de um futuro mais inclusivo e sustentável para as comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul.
“Pretendemos que este seja o primeiro de muitos projetos, com a construção do forno e o suporte contínuo para que os participantes possam se tornar profissionais artesãos e oleiros”, afirma Maira.