O Ministério da Saúde monitora o cenário epidemiológico da dengue em todo o Brasil. E o atual momento reflete uma tendência de queda nos casos da doença: 11 estados apresentam redução de casos; 10 estão em situação de estabilidade; e 6 registram o aumento de ocorrências da dengue (PA, TO, MT, MA, CE e SE). Até o dia 24 de abril, o Brasil registrou 1.792 óbitos em decorrência da dengue no ano de 2024.
Na avaliação da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), apesar de uma significativa diminuição nos casos, o cenário ainda é preocupante e não é momento para descuido.
Desta forma, o ministério reforça à população as orientações sobre a doença. Desde como é feito o diagnóstico, a diferença para a covid-19 (que apresenta alguns sintomas similares), até as medidas indispensáveis para eliminar o mosquito transmissor – o Aedes aegypti.
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Confira abaixo as principais medidas de precaução:
Como se proteger da doença?
Para evitar a dengue, a eliminação dos focos do mosquito segue como medida mais eficaz. As larvas do transmissor se desenvolvem em água parada. Dessa forma, é preciso empenho da sociedade para eliminar os criadouros com medidas simples e que podem ser implementadas na rotina, como tampar caixas d’água e outros reservatórios, higienizar potes de água de animais de estimação, tampar ralos e pias, entre outras.
O Ministério da Saúde sugere que a população faça uma inspeção em casa, pelo menos, uma vez por semana, para encontrar possíveis focos de larvas. Além disso, é necessário receber bem os agentes de saúde e agentes de combate às endemias. Por fim, recomenda-se como medida adicional de controle o uso de repelentes e a instalação de telas em portas e janelas, especialmente nas regiões com maior registro de casos.
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Não se automedique
A automedicação pode levar a reações graves, como hemorragias e até óbito. O ideal é procurar por uma unidade de saúde assim que aparecem os primeiros sintomas, entre eles a febre.
Muitos doentes acabam se automedicando em casa para aliviar o mal-estar, sem saber que alguns medicamentos comumente usados sem prescrição médica para tratar um simples resfriado podem oferecer um grande risco se o indivíduo estiver infectado.
Anti-inflamatórios como o ácido acetilsalicílico, o ibuprofeno, a nimesulida, o diclofenaco, e os corticoides devem ser evitados. Os anti-inflamatórios, principalmente o ácido acetilsalicílico, aumentam o risco de sangramento e diminuem a capacidade de coagular o sangue. Uma vez consumidos, esses medicamentos podem agravar muito a situação da doença.
Dengue x covid-19
Febre, dor de cabeça, dores no corpo e cansaço muscular. Esses são sintomas comumente relatados por quem contrai dengue ou covid-19 , de forma que parece difícil diferenciar as duas doenças. Mas a evolução dos sinais e sintomas pode dar uma pista do diagnóstico. O ministério reforça que, com o aparecimento de qualquer sintoma, é essencial procurar atendimento médico.
As duas doenças são causadas por vírus, mas a transmissão ocorre de maneira diferente: a dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Já a covid-19 é transmitida por gotículas de secreções respiratórias de uma pessoa infectada.
Dengue grave
A dengue grave ocorre quando, após três a sete dias do início dos sintomas, o paciente apresenta sinais de alarme e de gravidade (hemorragias até choque), piorando o estado clínico geral. O paciente quando progride para sintomas graves tem o risco de óbito elevado.
Na dengue clássica, em geral, a recomendação é de repouso, enquanto durar a febre; ingestão de líquidos; administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre. Na maioria dos casos, há uma cura espontânea depois de dez dias. No caso da forma grave, o protocolo do ministério é a internação do paciente para o manejo clínico adequado conforme descrito no material ‘Dengue – Diagnóstico e Manejo Clínico – Adulto e Criança’.
Vacinação
A vacinação contra a doença foi iniciada no Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro. O Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O Ministério da Saúde adquiriu todas as vacinas disponibilizadas pelo fabricante. Porém, a quantidade de doses está limitada à capacidade operacional e logística da empresa. Por isso, a pasta acordou, em conjunto com Conass e Conasems (órgãos representantes de secretarias de Saúde de estados e municípios), critérios para a definição dos municípios que estão recebendo as doses, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da OMS.
Os imunizantes estão sendo destinados, inicialmente, a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos 10 anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.
O esquema vacinal da dengue é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.