Dr. Tácito Loureiro (*) –
Dourados, pujante polo agropecuário e centro urbano em expansão no Mato Grosso do Sul, enfrenta o desafio do aquecimento global. As projeções climáticas indicam um futuro com temperaturas mais elevadas, eventos climáticos extremos e impactos socioeconômicos significativos. É crucial que a cidade adote medidas proativas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e adaptar-se aos efeitos das mudanças climáticas.
Neste contexto, o Plano Diretor de Dourados assume um papel fundamental como instrumento para a construção de um futuro urbano sustentável. As 10 ideias a seguir expostas dizem respeito à redução climática urbana, visam a contribuir à revisão do Plano Diretor e à criação de uma Dourados mais resiliente e climaticamente positiva:
- Arborização urbana estratégica: implementar um programa de arborização urbana em larga escala, priorizar áreas com maior índice de calor e impacto do efeito ilha de calor. Espécies nativas e adaptadas ao clima local devem ser priorizadas;
- Áreas verdes e permeáveis: ampliar a área de parques, jardins e áreas verdes permeáveis, promover a infiltração da água da chuva e a redução do escoamento superficial;
- Transporte público eficiente e sustentável: investir na expansão e modernização do sistema de transporte público, priorizar corredores de ônibus, ciclovias e infraestrutura para pedestres. Incentivar o uso de transporte alternativo, como bicicletas e veículos elétricos;
- Eficiência energética em edifícios: adotar medidas para incentivar a construção e reforma de edifícios com alta eficiência energética, incluir sistemas de captação de energia solar, telhados verdes e materiais ecológicos;
- Gestão sustentável de resíduos sólidos: implementar um amplo sistema eficiente de coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos, incluir programas de compostagem e reutilização de materiais;
- Geração de energia renovável: incentivar a instalação de sistemas de geração de energia renovável em edifícios públicos e privados, como painéis solares e turbinas eólicas;
- Educação ambiental e engajamento da comunidade: promover campanhas de conscientização e educação ambiental para a população sobre a importância da sustentabilidade e da redução das emissões de GEE;
- Adaptação às mudanças climáticas: incluir medidas de adaptação às mudanças climáticas no Plano Diretor, como infraestrutura verde para reduzir o impacto de inundações e secas, e sistemas de alerta para eventos climáticos extremos;
- Monitoramento e avaliação: implementar um sistema de monitoramento e avaliação das ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, com indicadores específicos e metas mensuráveis;
- Cooperação intersetorial: fortalecer a cooperação entre os diferentes setores da sociedade, incluindo governo, iniciativa privada, universidade e sociedade civil, para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas para a sustentabilidade urbana.
A implementação das 10 ideias propostas contribuirá para a construção de uma Dourados mais resiliente, sustentável e climaticamente positiva. O engajamento da comunidade e a colaboração entre os diferentes setores da sociedade são essenciais para o sucesso da iniciativa. Com planejamento estratégico e ações proativas, Dourados pode se tornar um modelo de referência em sustentabilidade urbana e mitigação das mudanças climáticas.
(*) Terapeuta Emocional. Vive em Dourados – MS. Doutor em Medicina Naturopática. Mestre em Neurociência, Neuroanatomia, Psicologia.