Nesta segunda-feira em Dourados, o Ubiratan Esporte Clube, um dos mais tradicionais clubes de futebol do Mato Grosso do Sul, está completando 77 anos de sua fundação.
Pelo clube diversos nomes desfilaram com suas cores, como Mauro Alonso, Valdecir Carbonari, Paulo Kamimoto, Careca, Manteiga, a família Faker, Faé Bianchi, este o fundador do clube, Zé Paulo Teixeira, Marciano, Leba, entre outros grandes nomes que de uma forma direta contribuíram para a construção da história do “Leão da Fronteira” tanto na era de ouro do futebol amador como no profissionalismo.
O “Leão da fronteira” como sempre foi denominado a equipe, foi a primeira do interior do Estado a conquistar três títulos de campeão Estadual e possui dois vices campeonatos em sua história.
Atualmente tendo como presidente o comerciante na área de comunicação, ex-vereador e secretário municipal na pasta da Agricultura Familiar Joaquim Soares.
O clube que foi fundado em cinco de fevereiro de 1947 e atualmente só participa de competições amadoras, tem como uniforme camisa preta com detalhes amarelos, calção preto e meias pretas, e em jogos no profissional mandava seus jogos no Estádio Frédis Saldivar, “Douradão”, em Dourados, com capacidade para 30 mil pessoas.
Com relação ao retorno do “Leão da Fronteira” ao profissionalismo, o presidente disse que descarta esta possibilidade, uma vez que no seu ponto de vista, fazer futebol nos dias de hoje está muito difícil e com isso ele não pretende colocar o que restou da sede do clube em jogo.
“Volto a dizer! Sê alguma pessoa ou até mesmo um grupo de pessoas bem intencionadas quiser assumir o departamento profissional do clube poderemos até conversar, mas nós não temos hoje como entrar numa competição profissional da FFMS, pois precisamos cuidar do pouco do patrimônio que restou” disse Joaquim Soares referindo-se a área que existe na Cabeceira Alegre. “O importante é que o Leão da Fronteira continua vivo, tanto que sempre participa do Campeonato Amador da LEDA (Liga Esportiva Douradense de Amadores) deste ano. Estamos reerguendo o clube e hoje podemos gozar de ter nossas contas em dia e com orgulho de ter uma história no futebol tanto de Dourados, do MS como à nível do nacional” disse Joaquim Soares acrescentando que com relação à volta do clube ao profissionalismo, elas são remotas.
“Hoje depois do 7 de Setembro, que inclusive conquistou um título para nossa cidade e assim como o Ubiratan está licenciado do profissionalismo, temos o DAC (Dourados Atlético Clube) que está conseguindo resgatar a história do futebol douradense e vem conseguindo quebrar várias barreiras, inclusive conquistando diversos patrocínios e apoios importantes. A torcida do DAC tem de acreditar que a sua equipe pode fazer boa campanha no estadual desse ano. A volta do Ubiratan seria injusta neste momento, pois poderá dividir a ascensão do DAC nesse momento em que a equipe busca se afirmar como força no estado no futebol profissional” concluiu o presidente.
OS TÍTULOS
O “Leão da fronteira” conquistou seu primeiro título estadual em 1990 após um dramático empate em 0 a 0 com o então SEN (Sociedade Esportiva Naviraiense), no estádio “Virotão” em Naviraí, após ter vencido o primeiro jogo no “Douradão” por um a zero, gol de Tadeu.
Na época o clube que era presidido pelo empresário e ex-deputado estadual Roberto Razuk tinha como equipe base, Marola, Valdemir, Cícero, Zózimo e Correia; Fantinha; Amauri e Ferrari; Cocan, Tadeu e Marquinhos e como integrantes do grupo como opção para o então técnico Moacir Amorim, tinha Cassiano no gol e os jogadores de linha, De Assis, Andrade, Müller, Ailton, Deva, Casão, o uruguaio Miraglia, Júlio Cezar entre outros que trouxeram o título inédito para a cidade de Dourados.
Vale lembrar que além de Moacir Amorim, na campanha vitoriosa do Ubiratan também comandaram a equipe, os então técnicos José Flor, o “Careca” e Mário Lúcio da Silva, o “Manteiga”, (ambos in memorian).
Após a era Roberto Razuk, o clube da “Cabeceira Alegre” já sob o comando do então na época vereador Joaquim Soares conquistou mais dois títulos para a sua apaixonada torcida, sendo eles em 1998 e 1999, sendo que o último deles foi de forma invicta. Nestas duas últimas campanhas os técnicos foram o ex-goleiro Everton Seringue-a e depois Ney Cesar.
Em 2013 o clube também conquistou a série B em uma grande final contra o Costa Rica, no estádio “Laertão” em Costa Rica.
COMPETIÇÕES NACIONAIS
Vale ressaltar que o Ubiratan em 1988 e em 2000 foi vice-campeão e a equipe já disputou alguns campeonatos a nível nacional, como o Campeonato Brasileiro da série “C”, seis edições da Copa do Brasil e duas Copa Centro-Oeste.
Também vale lembrar que o Estadual sul-mato-grossense de 1998, quando o Ubiratan foi vice-campeão (perdeu a final para o então Operário de Campo Grande no Morenão por 1 a 0) foi um dos mais longos da história e o que também teve o maior número de equipes participantes, no total, 21 equipes.
Finalizando, no antigo ranking da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o Ubiratan figurou hoje na 226 posição do futebol brasileiro.
SOCIAL E ESCOLINHA
Na atualidade, o Ubiratan Esporte Clube para manter a sua sede em dia com as suas obrigações tanto municipal como estadual, mantém um salão onde são realizados eventos artísticos semanais e nos feriados, o denominado “bailão”, bem como reuniões coletivas, aulas de danças entre outros.
No campo, em parceria com o ex-jogador Dênis Silva, que também já foi campeão estadual atuando pelo Ubiratan, o clube mantém uma escolinha de futebol com aulas teóricas, físicas e práticas, onde atende crianças e adolescentes com idade de oito a 17 anos.
Desde a implantação da escolinha de futebol, o clube participa de diversas competições tanto a nível local como estadual e também interestadual. “Nossa intenção clara, é forjar jovens que queiram ser jogador de futebol, porém a meta maior mesmo na nossa escolinha é formamos futuros cidadãos. Nosso trabalho tem como maior meta, atingirmos o lado social principalmente” disse Joaquim Soares comemorando os 77 anos do histórico clube do interior do MS, porque não do MS e que tem muito reconhecimento tanto à nível de Brasil como no interior.